eu gosto de acender o seu cigarro
enquanto você guia pelas ruas
inóspitas, tão sujas e tão duras
tornamo-nos apenas o seu carro
e nessa segurança em que me agarro
observo as suas coxas, vejo-as nuas
rezando, para o amor, u’a prece ou duas
um ídolo com pés de ferro e barro
percebo a finitude em minha pele
eu sinto meu estômago apertando
pressinto e sei que tudo à vida é breve
viver é submeter-me a tal desmando
portanto, seu momento se congele
nos versos que eu agora estou grafando.
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