meu ódio é o que melhor existe em mim
desisto que me entendas, sei que tu
nasceste em outras plagas, não és cru
regala-te, meu doce querubim
se tens lugar na torre de marfim
erguida por teus pares sob o azul
viver ao meu inferno em peito nu
se faz minha razão: é fulcro, fim
observo em meu espelho o meu semblante
cansado e aviltado e sujo e tosco
se fui eu diferente, estou distante
restaram amarguras, olhar fosco
jamais que entenderás, nobre galante
àquele que carrega a dor no rosto.