vivíamos de porre, você lembra
das noites sem pudor e sem vergonha
banheiros pestilentos como amônia
delírios de um agir que não se centra
se lembra do brasil ganhando o penta?
estava num torpor que não se sonha
tremendo em desespero e com insônia
sentia estar na cama mais nojenta
ouvi ao foguetório pela rua
tremendo e temeroso qual cachorro
exposto e envergonhado: a virgem nua
manhã na qual eu não pedi socorro
em meio a paranóia dura e crua
eu vi que dos meus medos eu não morro.